Por Dayane Fagundes e Esthéfanie Vila Maior
Em época de eleição, os
candidatos fazem de tudo para divulgar seu nome, partido e, dessa forma,
conseguir votos. No entanto, poucos sabem que algumas regras estabelecidas pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devem ser seguidas durante a campanha.
Por lei é proibida a confecção e
distribuição de camisetas, bonés, brindes ou cestas básicas, que possam
proporcionar vantagem ao eleitor. Os trios elétricos podem ser utilizados desde
que não caracterize showmício. Panfletos e santinhos também podem ser
distribuídos, mas até às 22h do dia anterior à eleição, exceto em órgãos
públicos. Todo o material impresso deverá conter o CNPJ ou o CPF do responsável
pela confecção. As bandeiras não podem atrapalhar as vias públicas e a
propaganda em propriedades privadas é permitida desde que tenha a autorização
do proprietário do imóvel e sem recebimento de vantagens.
Além disso, cartazes podem ser
colocados um ao lado do outro, porém, não devem ultrapassar a soma de quatro
metros quadrados. Os anúncios na imprensa escrita só são permitidos até o dia 5
de outubro, mas só podem ser divulgados 10 anúncios por jornal, em datas
diversas, para cada candidato. A propaganda em rádio e televisão é restrita ao
horário eleitoral obrigatório. Outdoors estão proibidos
Cavalete ocupando todo o espaço da calçada. (Foto: Leni Dorta) |
Na cidade de Engenheiro Coelho
foi encontrada diversas irregularidades, como cavaletes ocupando toda a calçada.
José Carlos de Jesus, mais
conhecido como Milica, candidato a vereador pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e assessor de
imprensa do partido, disse que todos do partido são orientados a cuidar para
não colocar os cavaletes em lugares que atrapalhem a circulação de
pedestres. “Nós vamos verificar o que está acontecendo”, justificou-se Milica,
quando questionado pelas irregularidades.
A reportagem também entrou em
contato com o partido Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), mas o único que se dispôs
a falar foi Pedro Soares, candidato a vereador e estagiário do advogado da
campanha. “Foram passadas todas as regras de campanha para os candidatos do
partido, e pedido para eles tomarem cuidado para não infligirem nenhuma lei”,
declara. Ele ainda informou que o representante da coligação será informado
para entrar em contato com os candidatos.
Outro cavalete ocupando todo o espaço da calçada. (Foto: Leni Dorta) |
A regra para carros de som de distância
de 200 metros de escolas e hospitais também não é cumprida. De acordo com
Roberto Augusto Araújo, 17, funcionário do bar Toco e Bola, localizado em frente
a uma escola municipal, passam carros de som diversas vezes na frente da escola.
Araújo ainda diz que os partidos
respeitam o horário de silêncio, ou seja, nenhum carro de som sai depois das
22h. Contudo, durante o dia passam em frente à escola atrapalhando a aula. A
escola foi procurada, mas ninguém quis dar entrevista, afirmando que a pressão
política é bem forte.
O Posto de Saúde da cidade também
não está livre dos bombardeios de campanha. Segundo Simone Aparecida da Silva,
recepcionista do Posto, frequentemente carros de som com propaganda eleitoral
passam em frente do local. “Direto passa carro de som aqui em frente”, reclama
Simone. Ela ainda diz que o barulho atrapalha muito o atendimento.
Em relação a isso, Milica afirmou
não estar sabendo. “Essa informação não chegou até mim”, esclarece.
Soares declarou que entrou em
contato com o coordenador da campanha para tomar providências. O motorista do
partido já foi informado na última quinta-feira, 27, para tomar cuidado e não
passar com o som alto em lugares proibidos.
Placa que o caminhão do PSDB entortou. (Foto: Leni Dorta) |
Há pouco tempo houve um comício
na cidade, realizado pelo PSDB. Durante o evento, um caminhão que estava sendo
utilizado pelo partido entortou uma placa. Além disso, houve reclamação de que
o local ficou muito sujo. Até a última
quinta-feira (27), nada foi feito para reparar o dano ao patrimônio público.
O representante do partido disse
que isso foi um acidente que aconteceu e eles vão arrumar a placa. Quanto à
sujeira que ficou após o comício, Milica afirma que o partido não pode fazer
nada, porque “mexer com gente é complicado”, ou seja, não adianta pedir para as
pessoas não deixarem lixo nas ruas. Ele também deixou claro que a limpeza das
ruas é responsabilidade da prefeitura.
Em todos os casos de
irregularidade, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) dá um prazo de 48 horas
para que sejam tomadas providências. Caso isso não ocorra, a denúncia vai ao
Ministério Público, que leva o caso para a Justiça Eleitoral. As multas podem
chegar à R$ 30 mil. O eleitor que vir alguma irregularidade pode entrar em
contato com o Tribunal Superior Eleitoral de sua cidade.
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