Salário mínimo perde o foco de combate à pobreza

As mudanças anuais no valor do salário mínimo ajudam cada vez menos a combater a pobreza no Brasil, informa reportagem de Érica Fraga e Natália Paiva, publicada na Folha desta quarta-feira. Os reajustes ajudaram a tirar milhões de brasileiros da pobreza, entretanto esse efeito não se mostra mais tão eficiente. Muitos empregadores deixaram de pagar o mínimo devido a sua alta valorização nos últimos anos.

De 1996 a 2009, o salário mínimo aumentou 83%. No mesmo período, o rendimento dos brasileiros que estão entre os 20% mais pobres do país aumentou 10%, segundo cálculos do economista Fabio Giambiagi.

O resultado disso foi que, em 2009, último ano com dados disponíveis para comparação, o salário mínimo de R$ 465 era mais que o dobro do rendimento médio do grupo dos 20% mais pobres. Hoje o salário mínimo é R$ 545.

No ano passado, a maioria dessa população mais carente, que geralmente trabalha no setor informal, recebia um salário mínimo. Hoje nem isso eles ganham. Segundo Sergio Soares, pesquisador do Ipea, isso acontece porque “os aumentos do mínimo já não puxam para cima a renda desses que ficaram para trás.” Então as pessoas continuam ganhando uma pequena renda mesmo que o salário mínimo esteja lá em cima.

Por mais que o mercado informal opere à margem da lei, por muito tempo o mínimo também serviu como referência para salários de trabalhadores sem carteira assinada. Nisso, os trabalhares acabam concordando com o salário estipulado pelo seu patrão.

Os empregadores não querem pagar o mínimo por ser um valor muito expressivo. Já que o setor é informal eles se beneficiam disso. Porém, a população tem por direito receber o salário mínimo estipulado pelo governo.

Com informações da Folha.com

Legenda: O setor informal é o que está sendo mais explorado
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Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

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