Bruna Rech
O aumento nas vendas varia de um comércio para o outro. Foto: Divulgação |
A classe C recebeu 3,6 milhões de pessoas a mais de
2010 para 2011. O dado foi divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no dia
19 de março deste ano. Esse crescimento causou impacto no comércio de vendas em
Artur Nogueira, cidade metropolitana de Campinas, São Paulo.
Símbolo
de poder do consumismo brasileiro, a venda de carro zero foi a que mais
cresceu. A Kiko Automóveis trabalha com carros zero km, seminovos e usados de
todas as marcas. A concessionária obteve o aumento de 40% nas vendas.
Entretanto, o gerente esperava mais. “Não houve um crescimento como nós
gostaríamos. Prevíamos um crescimento de 80%, principalmente dos carros zero km”,
aponta Wagner Luiz Camargo, gerente e sócio-proprietário.
De
acordo com a consultoria Accenture, nos próximos 10 anos, o crescimento no
mercado de seguros mundial deverá ser influenciado pelos países emergentes. Contudo,
no Brasil, esse deverá ser motivado pela migração das classes D e E para a
classe C, pois o aumento no poder de compra da população será o principal
responsável pelo maior faturamento na aquisição de automóveis, eletrodomésticos,
computadores e outros bens que utilizam o seguro de garantia estendida.
O
gerente das lojas Cem em Artur Nogueira, Marcelo Simões, acredita que esse
crescimento ainda não aconteceu. “Não houve um grande aumento neste ano, mas as
vendas não diminuíram até agora”, declara.
Além
do crescimento na indústria automobilística e a de eletrodomésticos, houve um
crescimento no faturamento nas empresas de outros ramos, como confecções e
papelarias em geral. A loja de confecção É D+, especializados em roupas e
calçados populares, também sentiu o aumento de vendas como consequência da maior
renda. “Só neste ano, as vendas aumentaram de 10% a 15%, em nossa loja”, afirma
o subgerente Carlos Dias.
De
acordo com os dados do IBGE, a classe C começou a crescer em 1992 e expandiu-se
de forma acentuada em 2003. Hoje são aproximadamente 105,4 milhões de pessoas, ou
seja, 55,05% da população brasileira. As definições de categorias das classes
sociais são diversificadas, dependo do órgão pesquisador. No entanto, essas
divisões sociais são dadas de acordo com a renda familiar mensal. Para
pertencer à classe E, a renda deverá ser de até R$ 751,00 por mês; classe D,
pessoas que recebem entre R$ 751,00 a R$ 1.200,00; classe C, população que
figuram uma renda de R$1.200,00 a R$5.174,00; já a classe B é de R$ 5.174,00 a
R$ 6.745,00 e qualquer família que ganhe acima deste valor faz parte da classe
A.
Há
dois anos, o mecânico de injeção eletrônica Antônio Francisco Rodrigues começou
a ganhar pouco menos que quatro salários. Com a mudança da D para a classe C, Rodrigues
investiu o salário na comodidade da família.
“Esse aumento me proporcionou mais conforto para minha família. Hoje temos
móveis modernos, televisores, computador, geladeira, um bom carro na garagem e
maior investimento na alimentação e lazer de minha família”, conclui.
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