Fabíola
Ferreira e Ketlin Brito
Jovens confiantes têm mais chances de conseguir uma vaga no mercado |
O mercado de trabalho é visto, por muitos jovens,
com insegurança e apreensão. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cidadania,
em parceria com o Sebrae, revelou que 52% dos jovens mais novos estão
preocupados em conseguir um emprego. Essa inquietação aumenta ainda mais quando
se trata de entrar no mercado pela primeira vez.
A estudante de Publicidade e Propaganda, Camila
Oliveira, 21 anos, lembra que ficou vários dias apreensiva e pensativa sobre o
assunto. Ela que, após três anos, continua trabalhando na primeira empresa que
a contratou, em São Paulo, garante que ser admitida não é nenhum “bicho de sete
cabeças”.
No entanto, os candidatos precisam demonstrar
interesse e empenho em tudo que fizerem. Damares Curvelo, 20 anos, estagiária
em um escritório de Contabilidade em Salvador, aponta que força de vontade é
fundamental. “Coloque seu currículo em agências de emprego, converse com pessoas, vá
a workshops e tenha uma boa rede de relacionamentos”,
enfatiza.
Para quem nunca teve uma experiência profissional, outros
fatores podem disfarçar, ou mesmo sobressair, a falta de conhecimento na área.
“Na hora de falar com alguém transmita segurança, seja honesto e demonstre
vontade de crescer”, afirma Camila. A estudante garante que pessoas
interessadas em aprender impressionam muito mais do que aquelas cheias de
experiência, porém desanimadas.
Pensamento semelhante tem o empresário Carlos
Boock, dono de um colégio politécnico na Bahia. Para ele, na hora de contratar
alguém, os principais critérios são entusiasmo, bom relacionamento e
criatividade. “Sempre busco aqueles que estão abertos ao aprendizado, gostam de
desafios, sabem trabalhar em equipe e são proativos”, ressalta.
A primeira impressão é a que fica
A aparência também conta muito. Na hora de ser
entrevistado, o modo de vestir e se portar não é decisivo, mas pode
influenciar. A psicóloga Zeinade Bielawski, proprietária de uma agência de Recursos
Humanos em Porto Alegre, aconselha às mulheres a usarem maquiagem leve, cores
neutras e acessórios discretos. Aos homens, ela sugere cabelos e barbas bem
feitos, calça social e camisas sóbrias. Deve-se ter em mente também que depende
muito da empresa para qual se buscar trabalhar. Cada lugar e profissão têm seu
próprio estilo. O segredo, segundo Zenaide, é ser discreto.
Faz toda a diferença
Além dos cuidados com a roupa, os interessados
devem atentar para as informações do currículo. Mesmo que não se tenha muita
experiência na área requisitada, alguns itens são sempre bem vindos e podem ser
a diferença entre um candidato e outro. Noções avançadas de informática,
português e inglês são, de acordo com a psicóloga, elementos-chave. “Lembrando
que o inglês se tornou mais uma obrigação do que um diferencial”, comenta.
Outra questão é a objetividade ao redigir um
currículo. Boock defende que não adianta colocar dados não relacionados ao
cargo almejado, ser impreciso ou exagerar qualidades e conhecimentos
anteriores. “Uma hora tudo isso aparece e a pessoa perde a credibilidade”,
alerta. O melhor mesmo é, segundo ele, mostrar detalhes que destaquem a
capacidade de expansão e a abertura para aprender.
O grande quadro
Com a taxa de desemprego cada vez menor no país, a
chance cresce para os jovens que buscam ser contratados. O Brasil tinha em
2005, 10% da população sem emprego. Este número caiu para 6,7% em 2009. Em
2012, só no mês de abril, foram gerados 217 mil novos postos de trabalho. Um
crescimento de 0,57% em relação aos meses anteriores, mostrando a trajetória de
expansão da economia do país.
Com este quadro, a recém-formada em Pedagogia,
Marina Netto, 20 anos, está confiante. “Mesmo sem ter nenhuma experiência tenho
certeza de que serei bem sucedida. Para tudo dá-se um jeito”, acredita.
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