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Conselho Nacional de Transição começa a organizar nova administração do país, enquanto Kadafi continua desaparecido |
O porta-voz do conselho, Hany Hassan Soufrakis, declarou que o sistema judiciário da Líbia não está preparado para um eventual julgamento de Kadafi, que deve ocorrer no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, relatou ontem, 23, que o Brasil aguardará a posição da comunidade internacional para decidir se reconhecerá a soberania dos rebeldes líbios. Segundo Patriota, o Brasil não teme represálias dos rebeldes às empresas nacionais que atuam na Líbia.
Companhias como a Odebrecht, Queiroz Galvão e Petrobras têm investimentos no país árabe e aguardam o fim dos conflitos para definir ações futuras. Segundo o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, o Brasil obteve garantias dos rebeldes de que os contratos firmados pelas empresas durante o governo de Kadafi serão honrados.
Após mais de seis meses de combates os rebeldes da Líbia chegaram finalmente à capital, Trípoli, último reduto das tropas fiéis ao coronel Kadafi. Os manifestantes, apoiados por ataques aéreos da Otan, tomaram ontem o controle do quartel-general em mais um duro golpe para o regime. Mesmo assim Kadafi não foi localizado.
EUA, ONU e países europeus reforçaram os apelos para que o ditador, no poder desde 1969, deixe o governo imediatamente. O Conselho Nacional de Transição, órgão político dos rebeldes, já começa a organizar a nova administração do país, apesar de o coronel falar em resistência.
O Conselho Nacional de Transição confirmou que os três dias de combate após a tomada de Trípoli deixaram ao menos 400 mortos e 2.000 feridos. Correspondentes da agência Reuters relataram que ainda havia tiroteios pelas ruas de Trípoli nesta quarta, inclusive em torno do hotel que abriga jornalistas internacionais encarregados de cobrir o conflito.
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