Consolidado como esporte, skate é opção para jovens atletas

Para uns é considerado entretenimento, para outros, profissão e ainda há aqueles que praticam por hobby. O skate, ano após ano, vem conquistando seu espaço no mundo esportivo brasileiro. Segundo a última pesquisa feita pela DataFolha, 2009, encomendada pela Confederação Brasileira de Skate (CBSk), o número de skatistas no Brasil está chegando à margem de 4 milhões. Sem contar que é o sétimo esporte mais praticado no país.

Jackson se dedica ao skate há 22 anos
Para o skatista profissional de street e editor de vídeos Jackson Kleber, o preconceito sofrido pelos skatistas há 10 anos, hoje é menor. A mídia é uma das responsáveis por quebrar paradigmas criados pela sociedade, expondo de forma positiva esse esporte. “A mídia vem mostrando que não é apenas um esporte, e sim um estilo de vida, mas mesmo assim, ainda existem pessoas que olham pra gente e pensam um monte de besteira”, conta. A ajuda das revistas, TV e rádio impulsionam o aumento das pessoas que se interessam por esse esporte.

Mesmo assim, ainda há poucos que consideram  os skatistas como sendo  “maloqueiros” ou pessoas sem grau de instrução. A pesquisa no entanto, mostra que 39%  dos skatistas concluíram o ensino médio; 11% tem um curso superior e 49% concluiu o ensino fundamental. Esses dados fazem a diferença em campeonatos. Jackson já participou de muitos, mas teve um que marcou a sua vida. “Para mim, o mais importante foi em 2009. Fui o campeão do 1ª Circuito Universitário de Skate, onde somente skatistas com diploma ou cursando faculdade poderiam participar”, explica.

Mas isso não impede que o esporte cresça e que, cada vez mais, atraia novos atletas ou aperfeiçoe os que já estão no ramo há mais tempo. É o caso de Glaucio Leite, skatista amador da modalidade street há 10 anos, mas que não pretende se profissionalizar. Seu treinamento que dura aproximadamente 5 horas diárias trouxe  resultados nos campeonatos, entre eles "Inc3 Sobrevivente das Ruas" considerado um dos melhores pelo skatista.

O tio de Glaucio o motivou a praticar o esporte,
ao lhe dar um skate de aniversário
Apesar dos treinos e dos campeonatos criados, no skate a concorrência não é o foco principal dos eventos. “Na carreira como skatista, não damos importância a isso, claro que nossa cultura necessita de campeões para gerar ídolos como no futebol, porém já participei de competições no Canadá, Alemanha e Dinamarca. O legal do skate é que você conhece culturas diferentes, lugares diferentes”, revela Kleber. Além disso, o atleta ainda completa que na hora das apresentações um candidato torce pelo outro e vibra junto a cada manobra. Sempre com o espírito de união e não de competição.

Para realizar manobras com perfeição e não fazer feio no dia do evento, os skatistas têm motivação e inspiração em pessoas que de alguma forma fizeram diferença em suas vidas nessa jornada. Deivid Rafael, Jackson Marques, David Dedê, Daniel Chocolate são parceiros de skate de Glaucio em quem ele se inspira. Jackson encontra o diferencial no americano Eric Koston, o qual sempre admirou desde o início da sua carreira. “Porém, nos dias de hoje, existem vários moleques andando muito. Tem o Luan de Oliveira que é o futuro, ele é de Porto Alegre e está se destacando internacionalmente”, comenta.

Apesar disso, todo cuidado é pouco. Imprevistos podem surgir como em todo esporte. Lesões, machucados e arranhões estão presentes na vida dos atletas. Leite já sofreu muitos ferimentos, um deles lhe resultou em 6 meses de recuperação por conseguir uma contusão no tornozelo direito. Às vezes isso é inevitável, ainda mais em um esporte radical. Jackson revela que antes era relaxado e não tinha muitos cuidados, mas agora procura se alongar antes e depois do esporte para não sofrer lesões.

Tanto Glaucio como Jackson tiveram o primeiro contato com o skate através de outras pessoas que ajudaram a descobrir a paixão pelo esporte. “Fui motivado pelo meu tio, quando resolveu me presentear com um skate de aniversário”, conta Glaucio.

Como em qualquer esporte, se houver dedicação e muita vontade pode-se chegar muito longe. Depende também de seu objetivo ao praticá-lo. No caso de Leite, não há um objetivo ao certo sobre seu futuro no skate, como ele mesmo disse: “ Só o tempo dirá (risos)”. Apesar de participar de campeonatos como candidato, Kleber já está ocupando, aos poucos, outros espaços na modalidade. Ele está migrando para a área técnica, como juiz em eventos amadores.

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Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

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