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Nos cursos técnicos, os alunos aprendem conhecimentos básicos e teóricos. Foto: Roberto Stuckert Filho |
A estudante Maria Leite, por exemplo, tem 20 anos de idade e escolheu fazer um curso técnico até decidir em que área atuar. “Decidi fazer um técnico, pois me daria oportunidades de trabalho antes de começar a faculdade” comenta.
Os cursos técnicos são programas de educação profissional que capacitam o estudante com conhecimentos teóricos e práticos especializados. Muitas pessoas escolhem estes como o caminho mais curto e econômico para ter um nível maior de educação e estar preparado para o mercado de trabalho. A mensalidade também é acessível, por volta de R$ 200, segundo o Centro Nacional de Aprendizagem Industrial.
O jornalista Wagner Cantori, coordenador do curso técnico de Radio e TV do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, informa que este curso tem duração de um ano e meio, preparando os alunos na área mais prática de rádio e TV e formando neles em capacidade para enfrentar mercado de trabalho. Cantori acredita que os cursos técnicos podem ser a primeira opção para quem não tem recursos ou prefere uma educação mais curta. “É indiscutível o nível profissional de uma faculdade, mas o curso técnico é um excelente complemento”, afirma.
Sabendo sobre a importância da educação profissional, a presidenta Dilma Rousseff, juntamente com o ministro da Educação Fernando Haddad, criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que oferece uma variedade de cursos. O governo está investindo R$ 1 bilhão no projeto, que beneficiará 8 milhões de pessoas através de bolsas de estudos.
Hoje, existe uma variedade de institutos que oferecem cursos técnicos em todos os setores de trabalho. Alguns mais conhecidos são: o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com opções de cursos técnicos grátis e pagos.
Ao se formar no ensino médio, Sara Alves, de 20, fez dois cursos técnicos, um em Segurança de Trabalho e outro em Informática. E por isso, conseguiu trabalhar rapidamente. “Trabalhei em duas construtoras por quase dois anos”, relata. “Fazer curso técnico me ajudou a decidir o que eu queria fazer na faculdade e foi uma ferramenta de trabalho para me sustentar durante esse período”.
Muitas empresas pagam cursos técnicos a seus empregados para melhorar seu rendimento e produção, enquanto outras encontram uma especialização para a faculdade do funcionário.
O professor Walter Mendes, do Unasp, comenta que o nível de emprego das pessoas com curso técnico é maior do que os graduados em uma faculdade. “Lamentavelmente, o que o mercado necessita, em algumas áreas, são apenas técnicos, o que é suficiente para o trabalho prático”, argumenta.
12 de abril de 2012 às 17:16
Se o governo realmente aplicar (e bem) os recursos alardeados, o aumento da formação técnica ajudará a suprir a grande demanda de profissionais especializados no país. Mas, à medida que a formação cultural do país aumentar, é preciso que pais, professores e mídia inspirem jovens a terem também uma formação mais ampla, reflexiva e crítica - juntamnete com a formação técnica -, que é responsabilidade histórica da universidade. Assim sendo, a universidade poderá cumprir melhor o seu papel. É difícil operar essa formação mais ampla se há grande pressão do mercado por profissionais e se tudo o que os ingressantes vislumbram na vida é apenas ser bem-sucedido profissionalmente.