O excesso de tecnologia pode afetar o estado emocional

Angélica Izquierdo

Segundo a psicóloga, a tecnologia é fundamental para desenvolver
as atividades diárias, porém deve ser usada  sem exageros.          
Foto: Vanessa Lemes
Geração da pressa. Essa é a definição de uma geração que vive correndo e quer resolver tudo em um click. Nesse sentido, a tecnologia se tornou mais que uma fonte de trabalho e estudo, recebeu o posto de uma ferramenta hábil para ganhar tempo. Em contrapartida, o excesso de tecnologia pode se tornar uma fonte de vício.

A psicóloga Mariuxi Ortiz diz que muitos utilizam a tecnologia para cumprir suas tarefas diárias, mas afirma que o problema não está em usá-la, e sim no tempo dedicado a elas. “Atualmente, tudo o que vamos fazer precisamos da tecnologia, seja para realizar uma transação bancária ou ao relacionar com amigos distantes. Porém, o problema é o tempo que dedicamos a estas atividades”, alerta.

Essa é a realidade do economista e fundador do site de investimentos HC, Henrique Carvalho. Ele depende da internet para trabalhar. Apesar de estar conectado mais de 12 horas por dia, não acredita que seja um vício. “Não sou viciado. Apenas uma pessoa que utiliza a internet para trabalhar. Dependo dela cada minuto para cumprir minhas tarefas no meu trabalho”, conta.

Desde 1960, quando foi criada, a internet tinha a função de um meio de comunicação. Com os anos, a opção dada ao internauta na guerra fria se manteve, mas houve uma ampliação no meio. Segundo as pesquisas do Ministério da Ciência e Tecnologia, cerca de 60 milhões de computadores estão em uso.
Destes, só em 2011, estima-se que 80,7% tem acesso à internet. 


Curiosamente, outra pesquisa feita pelo Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), revela que a depressão é a quinta doença de maior ocorrência no Brasil, atingindo 4,1% das 59,9 milhões de pessoas que se declaram portadora de alguma doença crônica.


Por ser rápida, a tecnologia exige agilidade das pessoas que a utilizam. É mais comum encontrar pessoas nas ruas falando ao telefone, enviando mensagens, navegando na internet do que lendo um jornal.


Esse comportamento, segundo a psicóloga Mariuxi, com a internet, o desenvolvimento social fica mais distante. Muitos vão às redes sociais em busca de companhia ou porque são pessoas altamente sociais e estão sentindo a necessidade de se isolar, falando com cinco pessoas ao mesmo tempo, porém, separadamente. “Dessa forma, doam seu tempo a uma tela e deixam de lado a convivência física com as pessoas”, declara. 


A estudante de publicidade e propaganda Camila Alves confessa que a tecnologia é sua companheira de 24 horas. “Eu já acordo com meu celular na mão, no trabalho o computador é minha ferramenta, no lazer me encontro nas redes sociais e até para dormir meu celular me acorda ou uso ele para ouvir música”, narra o seu dia. Mariuxi conta que, quando não há o controle do uso de tecnologia, uma série de problemas psicológicos podem surgir. “A ansiedade, stress, depressão e até a agressividade são algumas delas”, destaca. 


Camila afirma que os dias em que fica sem internet sente grande ansiedade. “A tecnologia se tornou uma necessidade, principalmente nas férias, tanto que às vezes tenho problemas em casa, por não estar com minha família e ficar todo o dia na web”, expõe. Para Carvalho, é preciso saber dosar bem o tempo, especialmente ao se tratar do período que se encontra na internet. “Passar 8 horas por dia no Facebook é uma perda enorme de tempo. O ideal é intercalar o horário na internet com atividades físicas. Por isso malho, corro e jogo futebol para esfriar a cabeça”, afirma o empresário.
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Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

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