Por Douglas Ramos
Simulados, provas, exames e vestibulares são palavras comuns à vida acadêmica dos universitários. Desde o início do curso os estudantes têm seus conhecimentos testados em avaliações que mostram como anda o sistema educacional brasileiro. Um desses exames chama bastante atenção dos universitários brasileiros pela grau de dificuldade: o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
A avaliação foi criada pelo Ministério da Educação no ano de 2004 para avaliar os cursos de graduação. Os cursos em que os estudantes tiverem um baixo desempenho ficam sujeitos a descredenciamento e ao encerramento das atividades letivas por parte da faculdade. Isso ocorreu com a Universidade São Marcos, a Unimarco, de São Paulo, em junho deste ano. Segundo o Ministério, a instituição descumpriu inúmeras regras cautelares em função do baixo desempenho de seus alunos na avaliação.
O Enade “mexe” com os nervos dos estudantes.
Mas é
indispensável para o aperfeiçoamento
da educação brasileira
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Neste ano serão avaliados os cursos de administração, ciências contábeis, economia, comunicação social, design, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo e turismo. Também serão avaliados os alunos dos cursos de gestão empresarial, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais. Para o curso de comunicação social, que se subdivide em subgrupos jornalismo, publicidade e propaganda e relações públicas, será realizada uma avaliação com componentes específicos das três áreas.
Segundo o portal do MEC, estão dispensados os universitários que se formam até 31 de agosto desse ano. Ficam de fora também os estudantes que estiverem cursando atividades curriculares no exterior, em instituições conveniadas com a universidade de origem do aluno. O exame é obrigatório e indispensável para emissão do histórico escolar.
O MEC decidiu incluir um semestre a mais na avaliação. “Buscamos garantir que o exame do Enade não permita nenhum tipo de procedimento que não faça a legítima avaliação dos alunos”, disse Aluísio Mercadante, ministro da Educação em um discurso na Comissão de Educação e Cultura e da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação na Câmara dos Deputados.
A estudante do 4° ano de jornalismo Pâmela Meireles, 20, considerou que o exame tem certas dificuldades para os alunos do 1° ano. “Para mim foi um pouco difícil por eu estar no primeiro ano e não estar preparada para o conteúdo do curso. Na verdade, o exame é apenas um simples teste para os alunos do primeiro ano. Ele é mais considerável para os alunos do 4° ano”, defende.
Pâmela também informou que na sua faculdade os professores dão muita importância para a avaliação. “O coordenador do meu curso sempre vai à sala para dar orientações sobre o Enade. E nesse semestre teremos até uma aula especial para realizarmos o exame”, lembra.
Segundo o jornalista Dennys Ferreira, a maior dificuldade que um estudante enfrenta no Enade é o nervosismo. “Conheço amigos que não foram bem nas provas e hoje são jornalistas de qualidade ímpar”, declara.
Ferreira também lembra que os maiores desafios são sentidos no primeiro ano do curso. “No ano de colação de grau nada era novidade mais. Porém, como qualquer prova, há suas dificuldades. Elas foram sentidas por mim em perguntas que exigiam conhecimento teórico, como nomes que envolviam as teorias da comunicação, por exemplo”, afirma, confiante.
Na opinião de Filipe Piazzi, 27, secretário executivo de um curso de direito do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho – avaliado com nota 4 no Enade 2011 –, o exame é uma ferramenta ineficaz onde o desempenho dos alunos não condiz com os resultados. “Os alunos do último ano estão sobrecarregados com trabalhos de conclusão de curso e os calouros não têm maturidade suficiente para uma avaliação que compromete o curso como um todo”, afirma.
Piazzi também falou sobre os benefícios do exame. “Com uma nota 4, entre 0 e 5, o curso teve um aumento no número de matrículas”, revela. Segundo ele, para que uma faculdade aproveite todas as vantagens do Enade é preciso um bom acompanhamento nos alunos por parte da instituição. “É importante que o exame seja trabalhado nas ementas curriculares do curso”, completa.
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