Por Gabriela Vizine
De acordo com o estudo realizado pela ONG Todos pela Educação, houve diminuição no rendimento dos alunos de 5º ao 9º ano na área de matemática. A pesquisa revelou que uma turma, em 2007, caiu de 22% no quinto ano para 12%, em 2011. O resultado gerou discussões por meio do colegiado para haver mudanças.
Para o professor de ensino público Donizete Alves, um dos fatores que auxiliaram a queda foi a progressão continuada, ou seja, quando os alunos não podem reprovar por média de notas, exceto por quantidade de faltas. “Devido a esta progressão, os alunos se dedicam menos, pois sabem que não irão reprovar no bimestre”, explica.
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Comportamento do aluno e método não atrativos são alguns dos motivos que influenciam na queda, segundo professores. |
Apesar de existir uma discussão entre a qualidade do ensino público e do privado, o professor revela que não há distinção de conteúdo, pois o material é o mesmo. Porém, como lecionou em ambas as redes de ensino, o professor acredita que a diferença está nos alunos. “Os alunos da rede pública têm outra cultura e realidade. Por não haver interesse dos pais, eles não cobram os filhos por não estarem pagando. E a comunidade em que ele está inserido também é um fator que conta muito”, argumenta.
Já para o professor de instituição particular Roberto Magalhães, a queda desenvolveu-se a partir da era da informação. Ele afirma que o aluno de hoje está ligado à tecnologia e precisa de outras formas que o mantenham estimulado dentro da sala de aula. “O professor precisa trazer materiais mais didáticos e de internet para que o aluno possa aprender brincando”, instrui.
Para o aluno do 5º ano Luciano Filho, que tem dificuldades em exatas, a melhor forma seria aprender brincando. “Matemática é uma matéria muito difícil. Seria mais legal a gente aprender na internet com joguinhos e continhas”, opina. Diferente de Luciano, a aluna do 6º ano Brenda Porreka alcança boas notas na disciplina, mas sugere mudanças. “Acho legal o professor mudar alguns métodos para ensinar outros alunos que não entendam bem a matéria para aprender de jeito diferente”, indica.
A solução seria envolver a comunidade para dentro da escola, proporcionando projetos e melhorando o relacionamento com o aluno, pois a atitude refletirá futuramente na vida do aluno. “Os alunos que não gostam de matemática não conseguirão lidar com finanças pessoais, juros e administração do próprio dinheiro de uma forma mais eficaz e sábia”, alerta Roberto.
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