Hábito de pegar caronas envolve riscos

Os dez quilômetros que separam os moradores dos conjuntos habitacionais que circundam o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) das cidades de Artur Nogueira e Engenheiro Coelho, criou um hábito alternativo para quem não dispõe de transporte particular. O de pegar caronas.

Pegar carona tem sido opção para evitar gastos.
Foto: Mariana Troc.
O costume tem se tornado cada vez mais viável e alternativo para tentar driblar os problemas relacionados à mobilidade urbana das metrópoles brasileiras. Em São Paulo, por exemplo, já existem grupos nas redes sociais que buscam marcar encontros entre pessoas que estão oferecendo carona e quem procura transporte para o mesmo destino. Outra tendência atual é a chamada carona tarifada, aquela na qual as despesas do transporte, como combustível e pedágio, são divididas igualmente entre o proprietário e os transportados garantindo baixos custos.

Um desses projetos é o Carona Solidária, que estimula o uso compartilhado de automóveis na hora do rush por duas ou mais pessoas. Essa filosofia tem crescido bastante nos países desenvolvidos e o objetivo maior é diminuir os congestionamentos que, em São Paulo, chegam a 200 km na hora do rush. O sistema do Carona Solidária é bastante integrado às redes sociais. Existem vídeos relacionados ao destino de viagem e rotas de caronas com vagas disponíveis para smartphones. Os acessos ao site só cresce. A cada ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são cerca de 64,5 milhões de acessos ao dispositivo. 

A jornalista Jéssica Guidolin, que mora em Campinas, faz uso constante de caronas devido a problemas no transporte público. “Como são cidades muito próximas, é mais fácil pegar carona do que ônibus, pois o transporte público tem horários muito espaçados, então uma viagem que demora um certo tempo, de ônibus, demora o dobro”, argumenta.

No entanto, a prática da carona envolve uma série de riscos. Um deles é o de ser assaltado ou até vítima de um assassinato. Um alerta que vale tanto para o motorista como para o carona. Além disso, o motorista é totalmente responsabilizado pelo carona em caso de acidentes de trânsito. Por esses e outros motivos, Jéssica prefere não pegar carona com pessoas desconhecidas. “Não costumo pegar caronas com desconhecidos pois acho muito perigoso”, diz.


Para o estudante do Unasp Luiz Alberto que possui um carro e, consequentemente, concede muitas caronas, existe o problema da falta de educação por parte dos caronistas. “Certa vez um carona quebrou a porta do meu carro, outros se quer agradeceram pelo transporte”, lamenta. Luiz também argumenta que alguns alunos do Unasp acham que os motoristas têm obrigação de sempre cederem carona para os pedestres e lembra que quando não é possível, alguns motoristas são hostilizados. “Carona é uma cortesia. Certa vez, cedi carona cinco vezes para um colega que, em outra ocasião na qual não pude dar carona, ele simplesmente fez gestos obscenos com os dedos. No entanto, esse é um episódio a parte que não vai me fazer deixar de dar caronas.”

Por Douglas Pessoa
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Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

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