Da sala de aula para o ramo imobiliário

De uma infância pobre e sem perspectivas a uma vida de garra, fé, perseverança e sucesso. Essa é a história da professora aposentada Elza Oliveira. Nascida na cidade de Juruaia, Minas Gerais, a educadora e seus 11 irmãos passaram por dificuldades financeiras e se adaptaram desde muito cedo a ajudar os pais nos serviços do campo. Acostumada com as provações, a família nunca perdeu o brilho, a esperança, a união e os princípios religiosos.

Ela Oliveira. Foto: Karine Dias.
O pai, sempre confiante e motivador, encorajou Elza, que havia cursado até a 3º série do primário, a realizar o sonho de um dia ser uma professora. A jovem, de apenas 15 anos, acreditou no seu potencial e, com a ajuda do município, reativou duas escolas na zona rural e passou a dar aulas tanto para crianças quanto para adultos nos três turnos. Com a remuneração que recebia pelas aulas, a professora auxiliava integralmente a família.

Com vontade de crescer e concretizar o sonho, Elza deixou a família e foi concluir seus estudos em um internato cristão no Rio de Janeiro. Para custear as despesas do ensino, a jovem trabalhava em tempo integral na instituição, dava aulas e tirava tempo para estudar e ter as melhores notas da classe. Nas férias, ela saia com uma equipe de meninas para vender de porta em porta geléia real. Com o êxito das vendas, a mineira conseguiu, além de pagar seus estudos, enviar dinheiro aos pais e convidar a irmã para estudar na mesma escola.

Elza se formou em matemática. Casou com um professor de educação física e começaram a dar aulas no Rio de Janeiro e pelo interior de São Paulo. Quando se aposentaram, eles não tinham casa própria. Com um pequeno investimento, no ano 2000, a professora comprou um terreno na Cidade Universitária de Engenheiro Coelho. Na época, o local era quase que abandonado. Não havia luzes na rua, asfalto e a falta de água era constante. Com pensamento empreendedor, construiu, além da casa para morar, uma casa de aluguel. Com o dinheiro que recebia do inquilino, construiu outras casas, investiu em outros terrenos e não parou mais.


A professora participou ativamente do crescimento do bairro. Fez parte, durante anos, da administração do local através da associação de moradores e ainda contribui com as melhoras, mas não de maneira formal como antes. Mesmo com uma vida estável, a aposentada diz que não quer parar. Para ela, se envolver com as pessoas é que a faz se sentir útil. “Eu gosto de estar em contato com outros. Gosto de conversar e ir de um lado para o outro. Isso me faz feliz”, revela.

Por Karine Dias 
Tags: , , , ,

Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

0 comentários

Comente Esta Notícia