Resultados de provas escolares aplicadas revelam situação crítica da educação brasileira

Exame revela dificuldades de aprendizagem  nas fases iniciais do ensino fundamental

Resultados de provas aplicadas em seis mil estudantes de escolas municipais, públicas e privadas, em todo o Brasil revela que mais de 40% dos alunos que concluem o 3º ano do ensino fundamental saem sem o aprendizado esperado em leitura.

O exame foi realizado pelo movimento Todos pela Educação (TPE), do Instituto Paulo Montenegro/Ibope, da Fundação Cesgranrio e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em parceria com a Prova ABC. O desempenho alcançado em relação à leitura foi de 185,5 pontos, resultado considerado médio. No entanto, há diferença no resultado de escolas públicas e privadas.

Além da prova, os alunos fizeram uma redação que, em uma escala de 0 a 100, a média nacional foi de 68,1 pontos, sendo que a nota esperada era pelo menos 75. Os resultados variam de um estado para o outro. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram desempenho acima da média nacional, chegando até 197 pontos no Sul. Já no Norte e Nordeste os resultados foram os menores do país, 172 e 167 pontos. A média dos alunos na rede pública foi 175,8 pontos enquanto que os da rede privada alcançaram 216,7 pontos.

Diante dos números, a professora do  4º ano do Colégio Unasp, Elaine Rocha, acredita que não é possível analisar as causas destes resultados por serem inúmeros os fatores que contribuem para a falta de desenvolvimento dos alunos. “Existem casos e casos. Há alunos com caso familiar, cognitivos problemáticos, alunos com déficit de atenção e alunos que não recebem estímulo em casa”, explica.

A veterinária e mãe de estudante Ellen Pestili concorda com Elaine. Segundo ela, falta mais estímulo dos pais na educação dos filhos. “O problema está mais ligado na educação que vem de casa do que na escola. Os pais precisam incentivar  mais os filhos a ler livros do que a ficar em frente à televisão”, afirma.

Para Elaine, apesar dos problemas que a educação brasileira enfrenta atualmente, ainda há esperança. “É uma questão de conscientização, começando com os de cima, de perceber a necessidade de reforma na educação e valorização dos professores”, conclui.