Quanto mais cedo for iniciado o tratameno maiores as possibilidades de cura |
Através de pesquisa realizada pela médica Larissa de Melo Alvarenga, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), é possível traçar o comportamento desses pacientes. De acordo com a análise da pesquisadora, grande parte dos ex-pacientes não percebem ou reconhecem seu risco de adquirirem a doença novamente.
Fatores externos como álcool ou cigarro são citados como causadores da doença. Muitos preferem não adquirir maiores informações sobre a doença. Esse distanciamento do assunto existe devido ao trauma causado durante o período de tratamento. Desse modo, os pacientes optam por não lembrar os momentos de enfermidade. O perigo está em voltar com hábitos semelhantes aos que mantinham antes do câncer.
Para Helena Saito, médica do Centro de Oncologia de Campinas, após o diagnóstico essas pessoas recebem acompanhamento constante. Muitos pacientes deixam de frequentar o consultório após se sentirem curados. O fato de não darem continuação ao tratamento torna alto o risco de a doença retornar.
Ela explica que outra medida tomada pelos médicos para ajudar os pacientes a superar esse trauma é o acompanhamento psicológico. O auxílio familiar é importante, pois tendo alguém conhecido por perto o paciente sente-se mais confortado.
Jordânia Lima, especialista em massoterapia do Hospital Adventista de Belém (PA), explica que os pacientes que sabem ter a doença reagem de maneira apreensiva e amistosa. Segundo ela, de cada cinco pacientes com diagnóstico positivo de câncer três abandonam o tratamento e apenas dois continuam. “A maioria dos pacientes fica amedrontada e com certo trauma até do nome da doença. Eles preferem mesmo não ter mais informações por temerem não ser curados, e mesmo sendo curadas, temem adquirir novamente a doença”, afirma. Para aqueles que, segundo Jordânia, segue o regime de saúde do hospital e as recomendações médicas completam o tratamento com menor probabilidade adquirirem novamente a doença.
O estudante Leandro Genezelli conta que o medo era comum durante o período em que lutou contra a leucemia. Admitiu temer perder a vida durante o tratamento caso sofresse uma recaída. Hoje o ex-paciente acredita que não terá a doença novamente. “Tenho certeza que não vou ficar mais doente. Meu psicológico e minha moral vão totalmente contra essa hipótese”, enfatiza. Genezelli diz que aprendeu a viver normalmente após a doença. “O que importa é ser feliz, parar de pensar no que não está bom e olhar para o que você tem em mãos”, reflete.
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