Saúde acaba sendo prejudicada pela vaidade

Exagerar nos exercícios pode trazer lesões graves
Foto: Léo Neves
O verão está chegando e junto com ele as dietas. Além da praia, outras ocasiões mudam a rotina de pessoas que desejam ficar e se sentir bonitas. No entanto, o resultado nem sempre é motivação para que elas continuem. Quando estava no ensino médio, Stéphanie Marconi, revisora, quis emagrecer e ficar bronzeada para a viagem de formatura. Dois meses antes, intensificou os treinos esportivos e parou de fazer lanches entre as refeições. Depois que a viagem passou, tudo voltou ao normal. “O negócio é que falar é fácil, difícil é por em prática”, declara.
Já a autônoma Marcina Lopes está se preparando para a festa de 15 anos de sua sobrinha. Suas roupas não estavam servindo mais. Quando soube que a festa seria em dezembro resolveu usar a data como estímulo para começar uma reeducação alimentar e aproveitar para deixar o cabelo crescer. “Quero estar bonita não só na festa. Quero agradar a mim mesma e não aos outros”, explica.

Tanto Stéphanie quanto Marcina não fizeram, aparentemente, nada de radical para alcançar seus objetivos. Mesmo assim, há pessoas que deixam para correr atrás na última hora. No ano de 2010, o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, organizou um passeio para que todos os alunos internos fossem a um parque aquático. A professora de educação física Cristina Poit conta que um mês antes, o número de meninas que frequentavam a academia aumentou. Entretanto, depois do passeio, o número caiu pela metade. O mesmo aconteceu no refeitório do colégio. “Duas semanas antes do passeio nós tivemos que aumentar o número de abacaxis que eram disponibilizados para os alunos comerem. As frutas acabavam muito rápido”, conta a nutricionista Gilza da Costa.

Mesmo que a vaidade e a preocupação com a estética não apresentem, até certo ponto, muitos riscos à saúde, a euforia em praticar exercícios físicos e fazer um regime alimentar pode trazer consequências. Cristina explica que se um indivíduo não acostumado a fazer exercícios muito intensos correr, o risco de sofrer uma lesão é grande. “Se a pessoa vier três ou duas vezes por semana não tem problema. O problema é vir todos os dias e fazer sempre os mesmos exercícios”. Segundo Gilza, uma mudança radical na alimentação como jejuns frequentes também é prejudicial. “É muito importante fazer a dieta com lentidão, para que o organismo se adapte, senão ele pode sentir como se fosse uma morte”.

A psicóloga Ivanilde Magalhães explica que aqueles que, na maioria dos casos, optam mudar por questão de saúde normalmente continuam seguindo a nova rotina. Mas aquele que acham que é por questões saudáveis, mas na verdade, estão sendo movidos pela vaidade, esses param depois do evento e se acomodam até haver uma nova ocasião em que eles queiram estar satisfeitos com sua aparência.

Tanto a nutricionista quanto a professora avisam que em dois meses de exercício e dieta radical não há como se conseguir o corpo ideal. E, após uma perda drástica de nutrientes, quando a pessoa começa a se alimentar normalmente ela engorda tudo de novo. “As células gordurosas não morrem, elas desincham, então o primeiro nutriente que passar por ali é absorvido para preencher as células novamente”, explica Gilza.
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Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

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