Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão traz reflexão

Bruna Rech


Devido a agreção na infância, problemas
psicológicos podem surgir na vida adulta.
Segundo levantamento de dados feito pelo SOS Criança, na cidade de São Paulo, aproximadamente 64% das denúncias feitas revela que a agressão sofrida pelas crianças começa em casa. De acordo com o Ministério da Saúde, a violência doméstica é a segunda causa de mortalidade infantil no Brasil.Em 4 de junho de 1982, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão, como data para refletir sobre a violência contra as crianças.

Para mostrar que agressão e disciplina são palavras com significados diferentes, o dicionário online de português diz que agredir é “cometer uma agressão, atacar, provocar.” Já disciplinar significa “submeter à disciplina. Ensinar metodicamente.”

Apesar do esclarecimento do dicionário, alguns pais têm confundido a tarefa de disciplinar com agredir. Em seu livro, “DR. Dobson responde as suas perguntas”, o psicólogo James Dobson explica que disciplinar corresponde ao ato de impor castigo e punição com finalidade de educação, ensino e formação, diferente de agredir, dar pancadas, surrar, bater de maneira hostil e grotesca.

Entretanto, ao tratar-se de educação, o termo disciplina traduz vagamente a maneira correta de educar os filhos. Mas afinal, educar sem bater é possível? Esse questionamento entre os educadores, sejam eles pais ou profissionais do ramo, são respondidos de maneiras diversificadas.

O professor de psicologia e conselheiro matrimonial José Carlos Ebleng conclui que é possível educar sem bater em determinadas fases na vida da criança. Contudo, nos primeiros sete anos de idade, em últimos recursos, se faz necessário acompanhado de uma ‘varinha’ seguida de explicação. “Se for preciso, os pais devem explicar o motivo e porque foi usado aquele meio de correção. Já depois dessa idade, se reduz a punição física e aumenta a explicação associada de consequências, ou seja, privação de privilégios e benefícios por determinado tempo”, acredita.

A opinião de Ebleng se assemelha a de Dobson. Em seu livro, o psicólogo diz que a disciplina deve ser feita, em últimas instâncias, desde que seja combinado com paciência respeito e amor. “A disciplina deve ser administrada com vara e nunca com as mãos, pois essas precisam ser vistas pelos filhos como instrumentos de amor e não de correção. Porém, afirmo que a disciplina rude e inflexível, mesmo quando bem intencionadas, jamais deverão ser cometidas, pois essas provocarão revoltas e resistência na criança”, explica.

Odair Silva, pai de Lucas Emanuel Silva, 10 anos, não dispensa a correção física, mas esse não é o método usado como base para educar seu filho. “Prefiro corrigir de forma amável e interativa, usando o diálogo e exemplos próximos como princípios educativos. Apesar disso, não subestimo a vara e o cinto, quando necessário”, conta.

A psicopedagoga Ana Perez acredita que é possível ensinar sem bater. Segundo ela, seguir os princípios básicos da educação cristã, principalmente aquele que se aprende na Bíblia, é a melhor forma de educar. “É correto seguirmos parâmetros de educação equilibrados, adotando o modelo bíblico, pois desta maneira iremos formar jovens com valores morais de alto nível, tornando-os cidadãos que sabem pensar, fazendo a diferença no meio onde vivem”, sugere.

Apesar de não acreditar na educação através da correção física, Ana não dispensa a ideia, quando necessária, desde que haja equilíbrio para evitar problemas futuros. “Atualmente encontramos muitos problemas psicológicos em adultos, decorrentes da educação sem diálogo, agressiva e autoritária que receberam quando criança”, analisa os resultados.





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A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

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