Perfil do novo papa é analisado por teólogos

Por Dai Moreira

Grandes especulações foram feitas sobre qual seria o perfil do novo papa. Vários grupos sugeriram suas preferências. Porém, o papa ser carismático e aberto ao diálogo foi o fator mais marcante em praticamente todas as falas. Justificado pelos últimos acontecimentos no Vaticano e os muitos desafios que a igreja enfrentará. 

Bergoglio foi escolhido pelo seu carisma
A eleição do cardeal Bergoglio foi cercada de algumas surpresas, segundo o pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Engenheiro Coelho, Ranieri Sales. “Uma grande surpresa dessa eleição foi a mudança do foco geográfico da igreja. A igreja muda seus holofotes da Europa para a América do Sul”, declara. 

Muitos podem ser os motivos que levaram a escolha do papa Francisco. Para Sales, a mudança para América Latina pode ser indício da ênfase em uma igreja mais progressista e voltada para parte social. A perda de membros para igrejas evangélicas, principalmente no Brasil, pode ter contribuído. 

Porém, para o pastor Ozeás Moura, coordenador do curso de Teologia no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), Bergoglio não foi escolhido por sua nacionalidade ou por ser latino-americano. “Ele foi escolhido porque é carismático e possui um bom relacionamento com os outros cardeais”, afirma. 

No entanto, esse perfil pode trazer utilidade. Ter um papa que transite e dialogue com diversos grupos pode ajudar a igreja a passar por essa fase. “Ele parece ser do tipo que dialoga bem com todos. Quer sejam pobres ou ricos. Ele vai ouvir os mais diversos discursos, mas continuará prezando pelos preceitos da igreja”, acrescenta Moura. 

Bergoglio além de ser o primeiro papa das Américas é também o primeiro vindo da ordem dos jesuítas, que fundada em 1534 teve uma importante contribuição para o movimento da contra reforma católica. É conhecida principalmente por seu trabalho missionário, educacional e por zelar pelos princípios da igreja. 

“Apesar de o novo pontífice ter um perfil diferenciado dos últimos papas, sendo mais carismático e menos acadêmico, ele é conservador. Ele ouvirá todos, mas não deve ceder ou abrir mão dos dogmas da igreja”, diz Sales. Em sua opinião essa característica será uma ferramenta para atrair as massas. 

Moura concorda, mas retifica que o fato de ser jesuíta provavelmente não foi determinante para sua escolha. E reforça o argumento que seu carisma e habilidade de diálogo com diferentes grupos são o que pode ter sido decisivo.
Tags: , , , ,

Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

0 comentários

Comente Esta Notícia