Todas as bolsas cedidas
pelo governo para cursos de pós-graduação sofrerão um reajuste de 10% a partir
do mês de maio. Isso significa que os estudantes que se dedicam exclusivamente
para pesquisa e construção de teses com auxílio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão responsável pelo comando de todos os cursos
Latu Sensu e Stricto Sensu, serão beneficiados com o aumento. A medida também
vale para brasileiros que estudam no exterior.
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Governo incentiva cursos de pós graduação para dinamizar mercado. Foto: Bruna Perales. |
De acordo
com a Associação Nacional dos Pós-Graduandos, o reajuste pode ser considerado
como uma conquista, uma vez que a maior parte desses estudantes depende
exclusivamente da bolsa para se manter. Para o professor Walter Mendes, que
cursou doutorado em Língua Francesa pela USP, fazendo pesquisa como bolsista da
Capes na Université Paris VII, na França, os valores das bolsas são suficientes
para a manutenção do estudante na Europa. “O
custo de vida lá não é tão alto quanto as pessoas imaginam, e há muitos
incentivos e descontos para os estudantes nesses países”, comenta. O professor
também concorda que “a quantidade de bolsas é razoável.”
Mendes
lembra que o fato de fazer uma pós-graduação fora do Brasil, especialmente na
Europa, não deve ser encarado como um passeio turístico por um estudante que se
mantém através de bolsa. “Obviamente, não é uma bolsa turismo, e o aluno que
quiser viajar pelo continente terá de organizar muito o seu orçamento”, alerta.
Outro problema mencionado pelo professor é que a bolsa não é uma substituição
do emprego: “É um auxílio concedido pelas agências de pesquisa para que o
pós-graduando se dedique integralmente ao trabalho que desenvolve.”
O
reajuste também engloba estudantes do programa Ciência sem Fronteiras do
governo federal. Em janeiro deste ano, a presidente Dilma precisou intervir,
devido ao atraso repasse de dinheiro para pós-graduandos, na University of East
London, no Reino Unido. Cerca de 35 bolsistas estavam sem receber, desde
setembro de 2012, 400 libras para despesas. Em socorro a universidade britânica
concedeu empréstimos emergenciais de 500 libras.
Segundo
a assessoria de imprensa do Ministério da Educação, o novo reajuste faz parte
da política de aumento do número de mestres e doutores na educação superior.
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