Governo amplia valor de bolsas para pós-graduação

Por: Douglas Pessoa

Todas as bolsas cedidas pelo governo para cursos de pós-graduação sofrerão um reajuste de 10% a partir do mês de maio. Isso significa que os estudantes que se dedicam exclusivamente para pesquisa e construção de teses com auxílio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão responsável pelo comando de todos os cursos Latu Sensu e Stricto Sensu, serão beneficiados com o aumento. A medida também vale para brasileiros que estudam no exterior. 

Governo incentiva cursos de pós graduação
para dinamizar mercado. Foto: Bruna Perales.
Segundo levantamento do Ministério da Educação, em 2012 foi oferecido pela Capes e pelo CNPq mais de 125 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Se for somado o número de bolsas do Programa Institucional de Iniciação à Docência o número chega a 127 mil. Após o atual reajuste as carteiras serão, respectivamente, nos valores de R$ 1.500, R$ 2.200 e R$ 4.100. 

De acordo com a Associação Nacional dos Pós-Graduandos, o reajuste pode ser considerado como uma conquista, uma vez que a maior parte desses estudantes depende exclusivamente da bolsa para se manter. Para o professor Walter Mendes, que cursou doutorado em Língua Francesa pela USP, fazendo pesquisa como bolsista da Capes na Université Paris VII, na França, os valores das bolsas são suficientes para a manutenção do estudante na Europa. “O custo de vida lá não é tão alto quanto as pessoas imaginam, e há muitos incentivos e descontos para os estudantes nesses países”, comenta. O professor também concorda que “a quantidade de bolsas é razoável.”

Mendes lembra que o fato de fazer uma pós-graduação fora do Brasil, especialmente na Europa, não deve ser encarado como um passeio turístico por um estudante que se mantém através de bolsa. “Obviamente, não é uma bolsa turismo, e o aluno que quiser viajar pelo continente terá de organizar muito o seu orçamento”, alerta. Outro problema mencionado pelo professor é que a bolsa não é uma substituição do emprego: “É um auxílio concedido pelas agências de pesquisa para que o pós-graduando se dedique integralmente ao trabalho que desenvolve.” 

O reajuste também engloba estudantes do programa Ciência sem Fronteiras do governo federal. Em janeiro deste ano, a presidente Dilma precisou intervir, devido ao atraso repasse de dinheiro para pós-graduandos, na University of East London, no Reino Unido. Cerca de 35 bolsistas estavam sem receber, desde setembro de 2012, 400 libras para despesas. Em socorro a universidade britânica concedeu empréstimos emergenciais de 500 libras. 

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Educação, o novo reajuste faz parte da política de aumento do número de mestres e doutores na educação superior.
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