Nos últimos dias a
cirurgia de retirada dos seios ganhou destaque na imprensa nacional e mundial.
O assunto veio à tona com a notícia divulgada pelo The New York Times dizendo que a atriz de Hollywood Angelina Jolie retirou
as duas mamas como prevenção do câncer. Segundo
declaração da atriz, o defeito de um gene provocou aumento de 87% das chances
de desenvolver a doença e, portanto, justifica a atitude radical.
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A cirurgia de Angelina Jolie despertou a atenção do público sobre prevenção do câncer. |
De acordo com o banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), cerca de 65 mil cirurgias de
mastectomia foram feitas desde 2008. O que mostra que a cada 42 minutos esse
procedimento é realizado no Brasil. Porém, o número de pessoas com câncer
cresceu 25% em todo país. Segundo estimativa, uma em cada dez mulheres irá
desenvolver a doença. O Ministério da Saúde informou que em 2012 foram
descobertos 52.680 mil novos casos.
O Sistema Único de Saúde
(SUS) tem gasto anualmente 50 milhões de reais em cirurgias de mastectomia
radical, aquela em que são retirados, além das mamas, os tecidos da axila e do
entorno dos seios. No entanto, as cirurgias plásticas para reconstrução da mama
só são feitas em 10% dos casos. Todavia, o SUS realiza esse tipo de cirurgia
somente quando é comprovado que a mulher tem câncer. Segundo o Ministério da
Saúde, a rede pública não realiza esse procedimento como prevenção da doença.
De acordo com a
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) a cirurgia de mastectomia pode acarretar
quadros dolorosos no local operado. O que, numa pessoa com tendência a
desenvolver células cancerígenas, pode desencadear o surgimento de outros tipos
de câncer. A SBM também informa que o melhor modo de prevenção é através do
autoexame.
Para o médico
mastologista do Hospital das Clínicas da Unicamp, César Cabello dos Santos, que
é favorável à cirurgia, os riscos que a mastectomia envolve não são tão diferentes
de outros procedimentos. “Como em toda cirurgia existem riscos inerentes de infecções
ou complicações no ato”, explica. O médico também lembra que, após a cirurgia,
a mulher pode sofrer desconforto, uma vez que a prótese nunca é igual a mama
natural.
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