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Bilhete estava em cima da escrivaninha. Ladrão levou apenas comida. Foto: Rafael Acosta. |
Maior surpresa do que chegar em casa e
perceber que foi furtado é encontrar um bilhete do ladrão pedindo desculpas
pelo crime. “Me desculpa eu devolvo não tenho nada em casa” escrito em uma
folha do papel trouxe um misto de comoção e riso ao estudante Rafael Acosta, do
4º ano de jornalismo do Centro Universitário Adventista (Unasp), campus
Engenheiro Coelho. Morador do bairro Cidade Universitária, ele teve a casa
arrombada pela primeira vez, e justamente por um ladrão educado. “Fiquei até comovido. O
pobre devia estar com muita fome para levar só a comida. Quando li o bilhete me
emocionei”, confessou o estudante.
Quando chegou em casa na quarta-feira, 30 de outubro, Acosta percebeu que havia algo errado. A casa estava desarrumada e alguns objetos fora do lugar. No início acreditou que poderia ser uma brincadeira dos amigos, mas descartou a possibilidade quando constatou a janela arrombada. Em cima da escrivaninha do quarto, encontrou o bilhete escrito à mão pelo ladrão. O estudante admitiu que no momento se comoveu e riu ao mesmo tempo. Para levar os alimentos, o ladrão utilizou uma bolsa que estava à vista. Nela continham as principais anotações do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do estudante. Acosta faz questão de dizer que não apóia o ato, mas acredita que a pessoa que invadiu a sua casa deveria estar passando por muitas dificuldades e que estava em um momento de desespero. “O ladrão cuidadosamente tirou de dentro da bolsa o meu bloquinho de anotações e o meu caderno que uso há dois anos”, observa. O ladrão levou apenas alimentos da casa.
Mas se o ladrão foi educado com Rafael
o mesmo não se pode dizer com duas estudantes moradoras do Condomínio
Jacarandá, localizado próximo ao bairro Cidade Universitária. Elas também
tiveram a casa invadida provavelmente pelo mesmo ladrão que entrou na casa de
Rafael. E, novamente, mais um bilhete deixado no local do crime. Mas desta vez,
ao contrário da mensagem anterior, o ladrão tentou marcar encontro com uma das
estudantes e chegou a ameaçar voltar à residência para estuprá-las. Amigas de
Rafael, elas depois compararam a grafia dos bilhetes e constataram ser da mesma
pessoa.
Em ambos os casos, a Polícia Militar foi chamada, chegou a fazer rondas pela região, mas não localizou o suspeito dos furtos. Os policiais constataram, inclusive, que havia sinais de tentativa de arrombamento em outras residências próximas à de Rafael. Segundo testemunhas, o suspeito teria passado pela rodovia em direção ao Condomínio Jacarandá com duas sacolas contendo provavelmente alimentos. O suspeito é negro e tem estatura mediana. A polícia continuará as buscas pela região para tentar localizá-lo. Engenheiro Coelho é considerada a cidade com maior índice de criminalidade da região metropolitana de Campinas.
Por Karine Dias
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