Ah o amor é lindo!
Nada se compara ao amor.
Com amor tudo fica mais fácil.
O amor rompe as barreiras.
Amor, amor, amor!
Essa noção romantizada da vida e dos relacionamentos é facilmente constatada em qualquer filminho “água com açúcar” que se vê por aí. Um dos enredos mais comuns é aquele em que o protagonista é um cara descolado e popular, e a mocinha, sempre toda certinha, só quer conhecer aquele cara que a fará feliz de verdade. O tempo passa, mil coisas acontecem para separar os pombinhos, mas ao final tudo dá certo e eles são “felizes para sempre”.
Desse tipo de roteiro, Hollywood já está saturado. Mesmo que este script nunca caia de moda e sempre tenha público para ele, as produtoras californianas resolveram apostar em algo mais carnal e fora dos padrões convencionais. Por que não misturar amor e sexo numa vasilha só e fazer um bolo incrementado com descompromisso e cenas de nudez? Ah e por que não colocar atores e atrizes populares e bem sucedidos para passar mais credibilidade à mensagem? E outra, não tem problema retratar o sexo apenas como uma forma de escape se ao final tudo é resolvido e todos ficam felizes, certo?
Com esse espírito, os cinemas de todo o mundo estão sendo inundados por filmes como Amor e outras drogas e Sexo sem compromisso. Uma mistura de libertinagem, sacanagem e falta de amor próprio tem sido claramente divulgadas em produções hollywoodianas. Nestes filmes as mulheres não querem um relacionamento sério, casar ou mesmo constituir família, elas querem mesmo é sexo! E quanto mais casual melhor.
Mas como toda comédia romântica que se preze, ao final, para tentar convencer de que toda aquela baixaria tinha fundamento, o casal se apaixona de verdade (ah que lindo... palmas para eles! J). O que, de fato, não faz a menor diferença, pois a mensagem de promiscuidade já foi assimilada e enraizada.
A divulgação dos valores destes filmes conta ainda com a ajudinha de celebridades de peso, como Natalie Portman, ganhadora do Oscar de melhor atriz em 2011, Anne Hathaway, indicada ao Oscar em 2009 e os queridinhos Jake Gyllenhaal, indicado ao Globo de Ouro em 2010, e Ashton Kutcher, protagonista do sucesso de bilheteria Efeito Borboleta.
Pelo visto, essas estrelas não estão nem um pouco preocupados com a mensagem que estão transmitindo. E por que estariam? Eles estão ficando mais ricos em cima desses roteiros. E você? Está enriquecendo de alguma forma com estes filmes?
Ketlin Brito
1 de abril de 2011 às 21:29
Vc escreve bem, mas suas críticas não terão tanto impacto assim na sociedade. Só estimulam mais a ver isso. Essas mensagens todas vão piorar e ficar mais explícitas com o passar do tempo. O lance eh não compartilhar com o que for ruim, ou seja, nao contemplar. Analisar tudo e reter o que é bom. Dedique o seu jornalismo pra falar de outros assuntos (política, ciência brasileira e mundial, saúde), vão enriquecer melhor seu currículo. bjão. talento vc ja tem! ;)
3 de abril de 2011 às 12:12
Ketlin, dedique o seu jornalismo pra falar de todos os assuntos que você julgar importantes, incluindo indústria cultural. O verdadeiro requisito é a profundidade da análise, a novidade do olhar. Isso, claro, pode ser aprimorado. Mas não se furte de analisar, como você fez neste artigo, qualquer tema que julgar apropriado.
6 de abril de 2011 às 09:38
6 de abril de 2011 às 09:42
Ok. Talvez não tenha ficado claro, mas o que eu tentei fazer não foi uma super crítica aos filmes ou a Hollywood. É apenas um simples cometário como telespectadora, mas uma forma de desabafo, entende? Minha ideia não foi argumentar ferozmente contra essas produções, até porque, quem gosta desse tipo de filme, precisa de muito mais que uma simples coluna para mudar de ideia. ;)
6 de abril de 2011 às 23:41
Ótima reflexão Ketlin.
Realmente, Hollywood é especialista em ditar tendencias. É uma industria criativa que trabalha dia e noite com um único objetivo; Fazer as pessoas acreditarem um mundo de prazer e satisfação. São poucos os filmes, seriados, etc, onde nada da certo e o final é triste. A nossa vida já é triste o bastante e é exatamente por isso que nos apegamos tanto a essas imagens de final feliz.
O sexo surgiu com rebeldia como forma de caçoar de uma sociedade que ainda acreditava em valores. Hoje, após um longo período de campanha, o sexo ganhou. Se tornou comum. Banalizado. Assim como ser bissexual, drogado, e por ai vai.
Se você tem uma base de princípios sólidos, você acaba que filtrando um pouco a mensagem. Para os demais, todo essa mensagem se torna referencia. Nesse caso, acaba se tornando uma verdade absoluta.
Enfim, esse tema daria uma boa discussão, mas esse não é o momento. ;) te vejo por ai. Bom trabalho!