Guarda-roupa feminino geralmente é lotado de roupa e calçado. E não é para menos. Comprar peças de vestuário, sapatos, bolsas e acessórios são as tentações das mulheres. Afinal, querer se sentir bem e bonita faz parte da natureza feminina.
A advogada Carla e sua coleção de sapatos. Foto: arquivo pessoal |
Segundo a psicóloga e coach para mulheres Juliana Garcia, não existe problema algum em querer estar bonita ou investir em sua imagem, porém isso se torna um problema quando há o descontrole. “Muitas vezes a mulher, numa busca por aceitação e adequação, entra num ciclo de alto gasto financeiro e passa a acumular compulsivamente muitos acessórios, perdendo a medida”, explica. A psicóloga também ressalta que as propagandas têm forte influência, apelando para o emocional através das promoções e descontos. Isso estimula a comprar não apenas um acessório, mas também um status, conectando a ideia do ser com a necessidade do ter.
Características como comprar por impulso até peças iguais, guardar peças nunca usadas e colocar um padrão incompatível com a renda financeira podem ser alguns sinais para ficar alerta quanto à compulsão. Não é natural ninguém comprar muito, porém isso é fruto da nossa cultura. “Tanto homens como mulheres são designados, desde pequenos, a terem um determinado padrão de consumo. As meninas podem ser com lacinhos ou sapatinhos. Já os homens, com brinquedos”, argumenta Juliana.
Carla explica que não se endivida por causa de um sapato. Primeiramente paga suas contas, e se sobrar aí sim compra um novo par. Mas apesar desse cuidado, algumas situações são incontroláveis. “Na maioria das vezes espero as liquidações, mas há exceções, como no caso do sapato ser muito bonito e irresistível, e eu tenha receio de não ter meu número numa eventual liquidação”, revela. Ela ainda conta que não costuma gastar com sapatos caros, mas o par que pesou mais no bolso foi um de 220 reais. A advogada demonstra consciência quanto seu gosto por sapatos. Constantemente doo meus sapatos. Se vejo que não uso um determinado par por muito tempo, certamente eu darei”.
Juliana acredita que, hoje em dia, essa situação de comprar em exagero é mais comum devido ao espaço que a mulher vem ganhando no mercado de trabalho. Isso faz com que tenha sua própria finança e, consequentemente, mais liberdade para gastar. Essa situação pode estar em um nível saudável, porém, a psicóloga alerta o cuidado, e completa: “na medida, que o seu dinheiro escoa sem um controle positivo, sem que haja planejamento efetivo do que é importante, a possibilidade de realização material das mulheres vai ficando prejudicada”.
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