Por Karine Dias
Em agosto de 2012, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei das Cotas nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, que obrigou as universidades federais a destinarem metade de suas vagas a alunos específicos. O novo sistema de cotas beneficia estudantes negros, pardos, indígenas e os que cursaram todo o ensino médio em escola pública.
A universitária Nayara Lobo foi beneficiada com as cotas para uma vaga em medicina na Universidade Federal do Maranhão, devido à sua cor e por ter estudado em escola pública. Ela acredita que é um benefício e uma oportunidade para ingressar no ensino superior público, mas existe preconceito dos outros alunos em relação aos cotistas. ”Entendo o sentimento de injustiça que os outros alunos, não contistas, carregam. Contudo, eles têm um benefício grande de estudar em escolas completas e mais dedicadas, se souberem aproveitar”, argumenta.
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Até 2016, 50% das vagas das universidades federais serão destinadas aos cotistas |
Algumas instituições estaduais já beneficiam os seus alunos através das cotas. É o caso da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) no Paraná. Carine Cruz estuda nessa instituição. Ela diz que sabia desse beneficio, mas teve que fazer buscas mais avançadas para saber se as universidades possuíam sistemas de cotas. Porém, sobre o sistema especificamente da UEPG, ela não conhecia até o ano retrasado. “Eu tive mais informações quando entrei no ensino médio, pois foi no período em que comecei a me preocupar com vestibulares”, conta.
Cada universidade fica responsável por disponibilizar as informações necessárias para os interessados. De acordo com o representante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Arnaldo Podestájr, a instituição catarinense oferece vasta informação sobre o sistema de cotas. “São realizadas palestras em escolas de nível médio e divulgado em nosso site da comissão do vestibular. Além disso, ainda oferecemos curso pré-vestibular para pessoas carentes”, explica.
O sistema de cotas será implantado de forma gradual, crescendo 12,5% ao ano até chegar aos 50%, em 2016. Em 2013, todas as universidades federais deveriam ter iniciado o processo seletivo com 12,5% das vagas para os alunos cotistas. Porém, nem todas cumpriram isso. A Universidade de São Paulo é uma delas. A assessora de imprensa Eliete Viana informou que a USP não possui sistema de cotas. ”No momento, a universidade tem um sistema de bonificação chamado Programa de Avaliação Seriada (Pasusp)”, declara. O Pasusp é um sistema que avalia os alunos do segundo e terceiro ano do ensino médio de escolas públicas que se inscrevem no programa, e oferece até 15% de bônus no vestibular da Fuvest.
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