Ministério da Saúde quer combater o excesso de cesarianas

Por Douglas Pessoa

Em todo mundo, está aumentando o número de mulheres que dão à luz através da cirurgia cesariana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% dos partos feitos atualmente são cesáreos. Bem acima dos 7 a 10% recomendados pela Organização. No EUA, 26% das cirurgias de parto são cesarianas. Já no Chile, esse índice chega a 40%. 

No Brasil não é diferente. De acordo com a OMS, o país é o segundo colocado no ranking em que mais se realizam cirurgias cesarianas no mundo. De 2000 até 2010, 43% dos partos foram por cesariana. Perdendo apenas para o Chipre. 

O Brasil é um dos países com maior índice de partos
cesáreos do mundo. Ministro quer mudar esse cenário.
Foto: Daniele França
Com o índice brasileiro ultrapassando o recomendado pela OMS, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou na última semana, que irá lançar um conjunto de ações para estimular os partos normais. Sem contar a intenção de evitar as cesarianas antecipadas, ou seja, aqueles que são feitas para que as mães diminuam o tempo em que estarão grávidas. Segundo o ministério, existe uma epidemia desse tipo de parto no país. Só na rede privada, 80% dos partos são cesáreos. 

O Sudeste é a região com o maior número desse tipo de parto no país. Em contrapartida, a região Norte é a que apresenta o menor número. 

 Para a obstetra Glaucieth Cruz, o principal motivo do aumento no número de cesarianas é o medo que a maioria das mulheres tem das dores do parto normal. “As mulheres ficam amedrontadas. No entanto, a recuperação de um parto normal é bem mais rápida do que de uma cesariana”, assegura. 

Segundo ela, o Ministério da Saúde está correto em buscar a diminuição do número desse tipo de parto: “Como a cirurgia cesariana tem uma recuperação mais demorada e apresenta alguns riscos para a mulher, é preciso que ocorra uma conscientização das gestantes a respeito dos benefícios do parto normal.” Glaucieth não descarta a importância de se realizar o parto cesáreo quando é necessário. “É importante que ocorra conscientização de que o parto normal seja a prioridade. A cesariana deve ser somente em último caso”, orienta. 

Para Dilaila Lindquist, mãe de dois filhos que nasceram de forma cesariana, é muito mais vantajoso e saudável para a mulher ter o filho em meio às dores do parto. “Não tive escolha. Na hora do parto, devido à pouca dilatação, tive que optar pelo cesáreo. No entanto, se eu pudesse escolher, o parto normal é a melhor opção. A recuperação é mais rápida, menos dolorida e sem riscos a saúde”, opina. 

Segundo pesquisa da Agência Nacional de Saúde, apenas 30% das mulheres têm vontade de realizar o parto sem intervenção cirúrgica.
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Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

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