Governo quer estimular a prática da filantropia no Brasil

Por Douglas Pessoa

A Secretaria Geral da Presidência da República anunciou, na manhã do dia 29 de abril deste ano, que está formulando uma série de medidas que têm o objetivo de aumentar o número de doações financeiras dos brasileiros para Organizações Não Governamentais (ONGs). Essas instituições, que também são conhecidas como terceiro setor, serão beneficiadas com a nova legislação que está sendo criada pelo governo para tornar o país um dos campeões em filantropia no mundo. 

Governo Federal está fazendo um plano de metas
para apoiar instituições filantrópicas.
Foto: Amanda Flores
O Brasil é considerado um país com grande movimentação financeira no setor de doações filantrópicas. Segundo um estudo realizado por várias organizações do ramo, o país movimenta, todos os anos, cerca de R$ 5,2 bilhões de reais em doações para instituições sem fins lucrativos, o que faz do Brasil um dos maiores movimentadores do setor. 

Segundo a consultoria McKinsey é comum o Brasil bater recorde em arrecadação de fundos para assistência social. Foram cerca de R$ 15 milhões de reais, 0,6% do PIB só em 2009. Em 2012, a BrazilFundation, ONG brasileira que atua em vários países, arrecadou U$$ 250 em apenas um jantar beneficente. 

No entanto, apesar desse número aparentemente estratosférico de arrecadação, o Brasil ainda está em 76° colocado no ranking da filantropia. Segundo a fundação britânica CAF (Charities Aid Foundation), os líderes do ranking são, respectivamente, a Austrália, Nova Zelândia e Canadá com 70%, 68% e 64% da população doadora de dinheiro. 

Porém, existe uma dificuldade de catalogação de quem é filantropo sistemático, pois muitas doações são feitas por pessoas de modo aleatório. Ou seja, a maioria doa poucas vezes e de modo irregular. 

Para ter um controle maior sobre os donativos, a Adra Brasil criou um sistema de doações através do seu website, na qual o doador pode direcionar o valor para um projeto específico da ONG. “A Adra no Brasil trabalha justamente para criar uma cultura de doação sistemática para todos os projetos desenvolvidos, por isso está intensificando os esforços para captação de recursos de pessoas físicas”, declarou Felipe Lemos, assessor de imprensa da agência. 

Segundo Lemos, o maior empecilho para o aumento da filantropia no Brasil é a burocracia criada pelo próprio governo. “O governo deveria valorizar as instituições como ONGs, diminuindo a burocracia para obtenção de documentos necessários para atuação”, destaca. Lemos também lembra da importância do papel da imprensa no avanço da filantropia: “A mídia poderia abrir mais espaço para difusão de projetos socialmente importantes e que muitas vezes não são conhecidos.”
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Sobre a ABJ

A ABJ é a agência júnior de jornalismo do curso de Comunicação Social do Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo.

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