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Bobbi à esquerda, e Mike. Foto: Arquivo pessoal |
Bobbi e Mike Belschner são fotógrafos há sete anos nos
Estados Unidos. Casados, trabalham juntos com fotografia e possuem um website. Geralmente, o casal fotografa casamentos, casais e família, ou seja,
focam nas fotos sociais. Bobbie e Mike conversaram com a ABJ e contaram o
início da carreira, a relação entre cliente e fotógrafo e a desvalorização do
mercado fotográfico.
ABJ – Bobbi e Mike, a
sintonia que vocês possuem é elogiável. Como é que vocês se conheceram? Vocês
já trabalhavam com fotografia antes de se casarem ou foi um pontapé para se
relacionarem?
Mike Belschner – Bobbi e eu nos conhecemos na faculdade. Ela
sempre aparecia na câmera escura próxima a mim por alguma razão. Nós dois apenas estudávamos e tínhamos a fotografia
como um hobby antes de nos casarmos
em 2003. Nós começamos a fotografar casamentos e retratos em 2006.
ABJ – As fotografias
que vocês produzem são de extrema qualidade. Elas transmitem uma grande
quantidade de sentimento e a expressão das pessoas a serem fotografadas não são
forçadas. Além disso, vocês possuem sintonia. Como vocês envolvem o casal a se
sentir confortável para ser fotografado? A relação entre o fotógrafo e cliente é
importante?
MB – A relação que você tem com seus
clientes é tudo quando você está fotografando pessoas que querem lembrar-se de
suas vidas. A maioria dos fotógrafos está preocupada apenas com o que será
fotografado: A luz é certa? É o cabelo perfeito? É a gravata em linha reta?
Quais são as minhas configurações? Esses itens são importantes, claro, mas uma
fotografia tecnicamente perfeita não significa nada se as pessoas estiverem
desconfortáveis e a foto pareça artificial. Nós sempre iniciamos uma sessão sem
nossas câmeras e estamos sempre certos de sermos nós mesmos em primeiro lugar -
falamos com as pessoas como se tivéssemos falando com nossos amigos. Quando as
pessoas se sentem confortáveis com a gente, sem câmeras, é que vamos
desempacotar nossos equipamentos.
ABJ – A fotografia tem
um poder encantador. O que isso significa na vida do casal? De onde vem a
inspiração para as fotos?
MB – Quando nós olhamos para nossos pais
antes deles terem filhos, nós temos poucas fotos deles apenas sendo eles
mesmos. Por experiência própria, nós só temos algumas fotos da nossa infância
que não são duras (pose reta), fotos formais. Então, acima de tudo, queremos
que as pessoas tenham ótimas fotos para o seu legado - para seus filhos, netos
e futuras gerações à frente saberem quem foram seus antepassados e quais
personalidades tinham. Fotografias não são apenas para agora, elas são para o
futuro também.
ABJ – Participar de
aulas, cursos e oficinas são atividades necessárias para um fotógrafo ou apenas
ter um bom olhar fotográfico é o suficiente?
MB – Ter um bom olho é importante, mas
certamente não é tudo. Se você quer que seu trabalho cresça e melhore ao longo
do tempo, é absolutamente vital ter um curso para ter inspiração. Nenhum de nós
sabe tudo sobre fotografia – e acho que não podemos aprender com qualquer outra
pessoa, isso seria o cúmulo da arrogância. Ter uma mente aberta sobre outras
opiniões dos fotógrafos irá enriquecer a qualidade do seu trabalho e sua
satisfação ao criá-lo.
ABJ – Aqui no Brasil,
há uma grande desvalorização dos fotógrafos. Alguns amadores que compram
equipamentos acreditam que são profissionais por causa das ferramentas que eles
apresentam e acabam cobrando um valor baixo. Algumas pessoas preferem preço ao
invés de qualidade. Como os fotógrafos em sua região são vistos hoje em dia?
MB – Eu acho que esta é uma tendência
universal e totalmente esperada quando você considerar o baixo limiar
financeiro e habilidade para entrar no mercado. Quase qualquer um pode criar,
pelo menos, fotos marginais de qualidade, investindo menos de mil dólares. Tudo
o que você precisa é um computador, uma DSLR (câmera reflex), um software básico, e uma conexão web. DLSRs modernas podem produzir imagens
razoavelmente nítidas com nenhuma habilidade. O mercado será sempre o mercado.
Fotografias de alta qualidade não serão importantes para algumas pessoas, será
moderadamente importante para outros, e muito importante para quem gosta de
fotografia bem feita. Isso não é diferente com vinho, carros, roupas ou
computadores. Se você é capaz de produzir trabalho de alta qualidade, você
também deve exibi-lo de forma eficaz a promover sua fotografia como melhor do
que a de um amador.
Por Gabriela
Vizine
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